Como forma de introdução à temática, os estudantes fizeram a leitura dos três primeiros capítulos do livro do pesquisador Mauro Galetti, vencedor do Prêmio Jabuti Acadêmico, no ano de 2024. O texto foi amplamente discutido em sala de aula, tanto do ponto de vista temático, quanto do ponto de vista da forma, ou seja, da escrita, por meio da análise das estratégias argumentativas empreendidas pelo autor a fim de convencer os leitores sobre o Antropoceno.
Por Sofia Gonçalves de Souza
Os três primeiros capítulos de Um Naturalista no Antropoceno apresentam uma reflexão sobre como a humanidade passou a ocupar e transformar o planeta em um ritmo acelerado remodelando seus sistemas naturais a ponto de entrarmos em um novo período geológico: o Antropoceno. A obra combina observações científicas, relatos pessoais e dados ambientais para mostrar que ao longo do tempo, os seres humanos deixaram de se perceber como parte da natureza e passaram a explorá-la como um recurso inesgotável, impulsionados pela modernidade, pelo avanço tecnológico e pelo consumo crescente. O autor evidencia como o crescimento populacional, a produção acelerada e o uso intenso de recursos aumentaram a pressão sobre o planeta, além de apresentar exemplos concretos dessas transformações, como o impacto da extinção dos bugios, símbolo da fragilidade dos ecossistemas. Ao mesmo tempo, destaca que a humanidade convive com tecnologias capazes de solucionar problemas que ela mesma criou, como demonstra o caso do plástico, cuja utilidade gera diversos impactos ambientais globais. Assim, o livro propõe compreender o Antropoceno não apenas como uma nova era geológica, mas como um convite à responsabilidade: reconhecer que nossas ações alteram clima, oceanos, biodiversidade e ciclos naturais e que somente a partir dessa consciência será possível construir soluções sustentáveis e transformar a atual crise ambiental em oportunidade de preservação para o futuro do planeta.
Imagens produzidas por Beatriz Felipe Puhl (adaptado de Gallet, 2024).
Por Beatriz Felipe Puhl
A relação entre o ser humano e o meio ambiente tem se transformado de forma intensa ao longo dos séculos, especialmente com o avanço da tecnologia e da industrialização. Diante dessas mudanças, surge o debate sobre o Antropoceno, um termo proposto no início dos anos 2000 pelo químico holandês Paul Crutzen para designar uma possível nova era geológica. Essa época seria caracterizada pelo impacto profundo das atividades humanas sobre o planeta, alterando o clima, os ecossistemas e até a própria estrutura da Terra.
Muitos cientistas defendem que o Antropoceno já começou. As evidências são claras: o aumento da temperatura global causado pela emissão de gases de efeito estufa, a poluição dos oceanos com plásticos e microplásticos, a perda de biodiversidade, o desmatamento e as mudanças químicas nos solos e nas águas. Esses fenômenos mostram que a ação humana ultrapassou os limites naturais, tornando-se uma força geológica capaz de moldar o futuro do planeta.
O Antropoceno representa mais do que uma simples discussão científica — ele simboliza a consciência de que as ações humanas estão transformando o planeta em escala global. Mesmo que seu reconhecimento oficial ainda dependa de consenso, é inegável que vivemos um momento em que o ser humano se tornou um agente de mudança ambiental sem precedentes. Compreender e refletir sobre essa nova era é essencial para repensar nossos hábitos e buscar um equilíbrio entre o progresso e a preservação da Terra.
A fim de ampliar o conhecimento e refletir mais sobre a temática, os estudantes fizeram a leitura do capítulo “Uma cachoeira”, do livro Um rio, um pássaro, de Ailton Krenak, cujo pensamento é fundamental para imaginar outras formas de existir, de conhecer e de respeitar a natureza.
“Ninguém pode ser neutro em nada. Nós somos todos profundamente envolvidos com o que acontece. “ Krenak
“A crise climática diz que ninguém vai ficar impune diante das mudanças climáticas”. Krenak
Destaques e transcrição dos trechos: Clarice Navarro.
Por Eike Norick Carvalho Uzue
Por Eike Norick Carvalho Uzue
Observação importante: A Cúpula dos Povos só foi possível porque vivemos em um país democrático. As três últimas edições da COP, ocorridas no Egito, Emirados Árabes e Azebaijão, não permitiram o acontecimento de eventos paralelos.
Contradição 1: No mesmo ano que o Brasil sedia a COP 30, ocorre a autorização da perfuração da Foz do Amazonas, para a exploração e procura de petróleo.
Por Maria Helena Souza Rodrigues de Andrade
Contradição 2: Enquanto o mundo aplaude o avanço da tecnologia, poucos sabem que seu uso está atrelado ao consumo de nosso bem mais precioso e esgotável: a água.
Por Allane Raquel da Rocha Santos e Beatriz Felipe Puhl
Contradição 3: Embora os carros elétricos sejam menos poluentes e frequentemente apresentados como uma solução sustentável por utilizarem energia limpa, há um paradoxo importante: o descarte de suas baterias representa um grande impacto ambiental e continua sendo um desafio para a natureza.
Por Laysa de Oliveira Santos
Os carros elétricos são apresentados como uma opção mais limpa para o futuro, mas as baterias usadas neles ainda trazem uma preocupação ambiental. Pesquisadores da USP explicam que alguns materiais utilizados na bateria são simples de reciclar, como plásticos e alumínio, enquanto outros, como lítio e cobalto, ainda exigem processos mais cuidadosos. Embora essas baterias sejam recicláveis, poucas são realmente reaproveitadas pela falta de uma coleta adequada e de sistemas eficientes de retorno.
Ao mesmo tempo, tecnologias mais modernas têm buscado tornar a reciclagem menos poluente. Empresas como a Li-Cycle já utilizam processos à base de água que conseguem recuperar cerca de 95% dos componentes das baterias sem gerar resíduos tóxicos — um avanço importante para reduzir o impacto ambiental desse tipo de resíduo. O Mobilidade Estadão mostra que o Brasil já avançou bastante, empresas especializadas já conseguem recuperar de 95% a 98% dos materiais e ainda dão às baterias um “segundo uso”, como armazenamento de energia em casas e empresas.
A sustentabilidade do carro elétrico também depende de toda a cadeia, começando pela extração dos minerais e terminando no descarte correto. A crescente demanda por lítio no mundo mostra como essa cadeia precisa ser bem planejada para evitar danos ambientais maiores, já que a procura por esse metal aumenta a pressão sobre a mineração.
o carro elétrico continua sendo uma alternativa relevante, mas só será realmente sustentável quando o destino das baterias acompanhar o ritmo do avanço tecnológico, com reciclagem eficiente, reaproveitamento e políticas públicas que garantam um ciclo completo e seguro.
Silvia Albert é professora de Língua Portuguesa, adora ler uma boa história e arrisca escrever seus poemas. Herdou o amor pelas palavras de seus avós: um que gostava muito de ler e outro que tinha o dom da escrita. Viveu numa casa cheia de livros, pois seus pais deram continuidade ao gosto ancestral pelas páginas impressas. Graduada em Letras pela PUC de São Paulo, fez mestrado e doutorado na área de Leitura e Escrita e Ensino. Atuou em sala de aula desde os Anos Iniciais do Fundamental até a Pós-Graduação, coordenou cursos de Letras EaD e atualmente trabalha na assessoria de Língua Portuguesa para dois colégios de São Paulo, na Formação de professores para o Instituto Mathema e por meio de sua empresa Kairós, junto com Professora Nelci Vieira de Lima é parceira do Projeto Gauss criando e ministrando cursos de Leitura e de Escrita.
Nelci Vieira Lima é professora de Língua Portuguesa e autora de livros didáticos destinados às escolas públicas (PNLD). Apaixonada pela escrita, dedica-se à literatura, sobretudo contos e poesias, e é autora do livro Memórias de um tempo suspenso. Para ela, a literatura é tão vital quanto o ar que respira. Leitora voraz, é amante de uma boa ficção!
Em sua trajetória profissional, atuou por 15 anos como professora efetiva na Secretaria Estadual de Educação de São Paulo e por 5 anos na Secretaria Municipal de Educação da capital. Atuou também no Ensino Superior, ministrando disciplinas em cursos de Licenciatura em Letras, Pedagogia e Direito. É sócio-fundadora do Instituto MultiSaberes e, além disso, é parceira da Profa. Silvia neste inspirador curso da Kairós. Mestre e Doutora em Língua Portuguesa pela PUC-SP, orgulha-se de sua história: filha de pais semianalfabetos, batalhou muito para estudar. Seu maior sonho é contribuir para que o Brasil tenha uma escola pública de qualidade para todos.
Site criado pela Profa. Nelci em parceria com a Profa. Silvia e com os estudantes da turma P124 Projeto Gauss – 2025.